Serviços volta a gerar empregos em Minas
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no primeiro semestre, o setor de serviços mineiro admitiu 321,7 mil trabalhadores e demitiu 291,5 mil pessoas, gerando um saldo positivo de 30,2 mil empregos formais, o que representa 33,3% do total do saldo estadual no período (91,5 mil vagas). O maior saldo no período ficou com a agropecuária, de 41.673 postos de trabalho.
A participação do setor de serviços no total do saldo do emprego formal em Minas de janeiro a junho (33,3%) cresceu 12,2 pontos percentuais, em relação à participação no resultado do mesmo período de 2017, quando o segmento respondeu por 21,1% do saldo estadual de 65,7 mil vagas do intervalo.
Para o coordenador do Departamento de Economia da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), Guilherme Almeida, o setor de serviços é o último a sentir efeitos de uma crise econômica e também o último a mostrar recuperação.
“Geralmente, o setor de serviços incorpora a mão de obra que perde emprego em outros setores. Apesar do maior número de postos de trabalho gerados pelo segmento, temos que ter cuidado porque este saldo pode vir do desemprego em outros setores. As pessoas buscam nos serviços uma oportunidade ou mesmo uma alternativa para garantir renda”, acrescentou Almeida.
Segundo ele, é exatamente por esta característica que a “taxa de mortalidade” de empresas do setor de serviços é alta, variando de dois a três anos, no máximo, para o negócio fechar as portas. “Muitas vezes as pessoas abrem empresas no segmento sem planejamento e isso leva a esta situação”, disse.
Ambiente – Na avaliação do professor de Teoria Econômica do Curso de Economia do Ibmec, Ari Francisco de Araújo, o ambiente nacional de retração da economia faz com que as pessoas substituam ou deixem de procurar alguns tipos de serviços. Ao mesmo tempo, se houver uma recuperação, conforme ele, o setor reflete essa melhora.
“Normalmente, o setor de serviços demora mais para sofrer impactos em caso de recuperação da economia. Com a economia ruim, as pessoas passam, por exemplo, a consumir alimentação em casa em substituição à alimentação fora de casa”, exemplificou.